JESUS E BUDA Amor, paz e compaixão como presentes de Natal.
Buda ensinava o desapego, a compaixão e o amor, como caminhos para lucidez e felicidade. Os ensinamentos de Jesus Cristo não são diferentes, suas palavras e sua vida, são os verdadeiros motivos do Natal, motivos estes que, ao longo do tempo, foram sendo esquecidos e substituídos pelo consumo e pela mera troca de presentes.
Mais que uma data comemorativa que incentiva o consumo, o Natal representa uma passagem importantíssima na história da humanidade que nos trouxe uma lição sobre amor, compaixão, união e paz. Devemos ser profundamente gratos por este verdadeiro presente que até hoje promove transformações na vida das pessoas.
Na minha visão como praticante budista, o Natal é um momento de parar e nos concentrar no momento presente, isso implica em não olhar para traz e nem para frente momentaneamente, mas apenas ficarmos totalmente imerso em nós mesmos. Devemos nos dar uma chance de conectarmos com nosso eu mais puro, além dos julgamentos e conceitos. Devemos trazer nossa atenção para o agora, para o que está acontecendo neste exato momento.
A partir disto, olhando para “o agora”, focados, além de nós mesmos, veremos que vivemos em uma sociedade com uma desigualdade econômica muito grande. Enquanto nossos filhos ficarão felizes com brinquedos novos, cheios de tecnologia, existem outras crianças que nada terão, assim como famílias inteiras. Infelizmente essa é a ditadura do consumo, em que nossa felicidade é baseada pelas coisas materiais. Buda dizia que toda vez que elegermos algo externo como fonte de felicidade, assim que este algo externo acabar, nossa felicidade acabará junto.
Por isso, devemos olhar para a realidade e ao menos tentar vencer a tentação e o impulso do consumo e estimular nossas crianças a valorizar aspectos que estejam além do material como, compaixão, a integração e o amor ao próximo. É um momento de expandirmos a consciência para que o nosso amor alcance a muito mais seres além dos nossos familiares. Quando nos empenhamos em incluir o “outro” em todas as nossas ações, magicamente surge felicidade duradoura. Isso acontece por que somos seres interdependentes, a felicidade do próximo sustenta a nossa própria felicidade.
O final do ano é uma boa oportunidade para refletirmos sobre tudo isso, o que foi feito, sobre nossas ações, e sonhar com um futuro melhor para nós e toda a humanidade. Devemos contemplar a impermanencia: tudo passa, tudo inicia e acaba, pois há um movimento incessante na natureza de todos os fenômenos, mas não há um ponto final, logo algo termina, nasce uma nova experiência - sempre podemos mudar. Assim deve ser o ano novo, uma nova experiência de amor, união, tolerância, paz e felicidade.
Um dos maiores ensinamentos do Buda, é sobre a não causalidade, não há um tempo linear, nem mesmo uma situação ou experiência que não possa mudar da água para o vinho, há a possibilidade da mudança como num salto quântico, por isso, não estabeleça data para ser feliz, faça-o agora! Embora estejamos na véspera do final do ano, no final de um tempo, não há o tempo, a não ser em nossas mentes. O único momento que temos é o momento presente.
BOM NATAL E UM FELIZ 2010 AGORA!